Sem Título (Maia), 2010
Acrílico sobre tela de algodão
140 x 24 cm




Sem Título (Trans), 2010
Acrílico sobre tela de algodão
140 x 24 cm





Sem Título (Maia nº 2), 2010
Acrílico sobre tela de algodão
45 x 60 cm



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A série de três pinturas apresentada pela primeira vez na Casa das Artes de Famalicão, na edição de 2010 do projecto I.M.A.N. — Sem Título (Maia), Sem Título (Maia nº 2) e Sem Título (Trans) — surge como um prolongamento do trabalho que o artista tem vindo a desenvolver dentro do território da pintura. Em algumas das séries anteriores, — de forma mais evidente a partir de 2008 — a sua abordagem à pintura pode também ser vista como um ensaio visual sobre as especificidades deste medium.

Qual o seu sentido histórico? Qual a relação que mantém com o seu próprio passado? Como classificar as suas estratégias de apropriação e repetição? Qual a sua importância nos momentos de rotura da arte do século XX e no rumo da História da Arte? Quais as suas possibilidades de posicionamento dentro do contexto artístico actual?

Estas são algumas das questões mais básicas, interiorizadas, naturalmente, no processo de trabalho de João Marçal e que surgem normalmente camufladas por uma teia de referências, que podem ir do cinema à história da pintura, passando pela cultura popular e de carácter mais brejeiro. Uma das principais características destes trabalhos formalistas, é a evidência de que a aparente autonomia da cor e da forma, se entrega sempre a conjunturas completamente exteriores aos enquadramentos. Estas séries de trabalhos podem evocar paisagens, personagens, conceitos filosóficos ou crenças religiosas; podem contar histórias capazes de confrontar de forma hilariante alguns dos clichés mais recorrentes da criação a artística como: a presença e a ausência, a fragilidade e resistência, a ordem e o caos, o triunfo e o fracasso, a vida e morte. No final, toda esta amálgama é solidificada pelos meios da pintura (por vezes de forma pouco ortodoxa, considerando os cânones mais clássicos), e por levantar uma série de questões, que se colocam também à existência e ao sentido da própria peça.


(pequeno texto para desdobrável/folha-de-sala do I.M.A.N. — 2010)
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(fotos tiradas durante a montagem da exposição, sem tripé nem muita luz)





Instalação na Casa das Artes de Famalicação (em cima, nas mesma paredes: peça permanente do artista Ângelo de Sousa)
Exposição colectiva: I.M.A.N. — 2010